As infecções urinárias (ITUs) são mais frequentes em mulheres devido a várias razões anatômicas, hormonais e comportamentais que tornam o trato urinário feminino mais suscetível a esse tipo de infecção.

Em relação à anatomia do trato urinário, em resumo, as mulheres têm uma uretra (canal que transporta a urina da bexiga para o exterior do corpo) mais curta do que os homens. Dessa forma, as bactérias têm uma menor “distância a percorrer” para alcançar a bexiga, tornando o caminho mais fácil para as infecções.

Além disso, a uretra feminina está localizada próxima ao ânus, onde estão presentes várias bactérias naturais, aumentando, assim, o risco de transferência de bactérias da região anal para a uretra, o que também pode levar a infecções urinárias.

Outro fator importante são as mudanças hormonais ao longo da vida de uma mulher – como menstruação, gravidez e menopausa – que podem afetar a microbiota vaginal e, consequentemente, tornar a uretra mais propensa a infecções.

Ademais, inclusive a atividade sexual pode aumentar o risco de infecções urinárias em mulheres, pois, durante a relação sexual, as bactérias da região genital e anal podem ser empurradas em direção à uretra, facilitando a entrada de micro-organismos na bexiga.

Esses são alguns fatores que explicam o motivo pelo qual a infecção urinária acomete mais mulheres do que homens. No entanto, é importante ressaltar que, embora as infecções urinárias sejam mais comuns em mulheres, homens também podem desenvolvê-las.

Seja homem ou mulher, é fundamental procurar um médico urologista ao primeiro sinal de infecção urinária, para que o diagnóstico e o tratamento corretos sejam iniciados prontamente.

Dr. João Paulo Toniolo

Urologia e Cirurgia Robótica

CRM 176.384 RQE 109870